O leitor lembra-se certamente daquele burocrata meu amigo, o Tarquínio, cuja mulher, não podendo suportar os rigores administrativos que impunha no governo da casa, se refugiou um dia em casa da mamã e acabou por pedir o divórcio.
Coitada da senhora, era obrigada a praticar exigentes regras de contabilidade pública para fazer a mais simples compra de qualquer artigo para casa, quer fosse de material de consumo corrente, de apetrechamento ou de pagamento de serviços e diversos encargos. As formalidades de concursos públicos ou particulares eram imprescindíveis para a compra de qualquer objecto e era ainda obrigada a contabilizar todas as despesas pelos princípios mais rígidos de uma contabilidade orçamental, com respeito pelos duodécimos e cabimentos de verba.
A senhora não pôde mais e requereu o divórcio. E como para o Tarquínio o casamento não era mais do que um contrato, na carta que a mulher lhe escreveu a pôr a questão despachou secamente: “Rescinda-se o contrato”. E o divórcio foi decretado.
Pois o Tarquínio, sentindo a falta de sua mulher no lar, decidiu casar-se novamente. E, se bem se recordam, abriu concurso público para a admissão de uma esposa. Quando se esperava que o concurso ficasse deserto – tais as exigências das condições postas – sempre caiu uma concorrente, uma solteirona, que foi classificada.
Tarquínio organizou metodicamente o processo e distraidamente, pela força de hábito, mandou-o para visto da repartição competente. Só deu pelo lapso quando o processo veio devolvido com a estranheza do pedido de visto para contratos daquela natureza.
Sanado o lapso, o Tarquínio sempre acabou por se consorciar e como a mulher se adaptou à sua concepção eminentemente burocrática da vida, foi feliz nesta segunda experiência matrimonial.
Pois o tempo passou e o Tarquínio, atingido pela lei inexorável do limite de idade, teve de reformar-se. Está agora a descansar do seu quase meio século de serviço público e fixou residência neste lindo Funchal.
Passa as tardes no seu belo terraço da sua bela cozinha, no Caminho de Santo António, estendido na sua cadeira de lona, puxando fumaças do cachimbo e mirando as maravilhosas vistas da cidade e da baía.
Como homem metódico que sempre foi, com a sua vida pautada entre a casa, o serviço e o café, faltava-lhe agora um termo do trinómio.
Para remediar essa falta Tarquínio pensou escrever as suas memórias.
As horas que passava na repartição, passa-as no terraço, estendido na cadeira de lona, a cachimbar e a meditar... Fecha os olhos e vê desfilar os colegas, os casos, os acidentes de uma vida burocrática de quase cinquenta anos. E vai fixando imagens, tomando apontamentos, à medida que lhe acodem à memória os episódios que tenta fixar como instantâneos obtidos por uma máquina fotográfica rapidíssima.
Acompanhemos o Tarquínio nessas recordações...
* * *
O Serra era um ponto. Era mesmo um grande ponto. Sob as ordens de Tarquínio tinha de anotar dia a dia certo movimento burocrático. Mas o Serra faltava muito. Arranjava mil e um pretextos para não pôr os pés na Repartição. E o serviço atrasava-se. O Tarquínio, como chefe exigente, bem lhe chamava a atenção e fazia-lhe ver a conveniência de o serviço estar rigorosamente em dia, pois no princípio do ano seguinte teria de fazer o relatório. Havia falta de pessoal e com o Serra a faltar ao serviço e a conversar, o trabalho atrasava-se cada vez mais. O Tarquínio nem sequer o podia substituir – por quem?, pensava ele – era aguentar. Um serviço tão importante e tão urgente, que tão necessário era estar concluído logo no fim do ano, chegava sempre nesta altura atrasado de dois ou três meses! Quando começava o ano, ainda o Serra ia por meados de Outubro e quando isso acontecia, já era uma sorte. Então começava o Tarquínio numa campanha junto do Serra: - Senhor Serra, senhor Serra, então quando é que acaba o ano? Estou preso por esses elementos.
O Serra prometia que acabava em breve mas continuava a faltar e a conversar e o Tarquínio tinha de insistir: - Então, senhor Serra, quando é essa passagem do ano?! Já estamos em Fevereiro e nada! E o meu relatório preso por isso!
O Serra continuava a desculpar-se e a faltar e o Tarquínio continuava a insistir.
Até que um dia, lá para fins de Março, quando o Tarquínio já desesperava com o atraso, apareceu o Serra de manhã na Repartição com uns grandes embrulhos, o que intrigou os colegas. Lançou-se nessa manhã febrilmente ao trabalho e antes do meio-dia chamou os colegas e desembrulhou os pacotes que trouxera. Eram bolos, garrafas de champanhe e taças. Tinha, enfim, terminado o trabalho naquele dia. Terminara o movimento de um ano, outro iria começar, e queria celebrar com os colegas o acontecimento. As rolhas das garrafas de champanhe saltaram com ruído, os colegas brindaram alegremente, e a animação subia de tom à medida que as taças se esvaziavam. Um colega com verve começara um discurso, quando acudiu o Tarquínio, atraído pelo barulho exagerado, para ver o que se passava. Quando entrou ficou varado com tal desmando, com o colega orador em cima de uma secretária, com uma garrafa de champanhe erguida e bebendo por uma taça a vitoriar o Serra. Num empolgante discurso elogiava o Serra, e os colegas, já muito alegres, interrompiam-no com muitos “apoiados” e constantes “muito bem”.
Tarquínio não se pôde conter e querendo impôr a disciplina gritou:
- Então meus senhores, o que vem a ser isto aqui?
Naquela emergência, o Serra, tímido e acanhado, apanhado com a boca na botija, atabalhoado e estendendo uma taça ao chefe, só pôde balbuciar uma justificação: - Então chefe Tarquínio, é para seu bem. Fiz-lhe a vontade, cumpri as suas ordens! Acabei o trabalho! Estamos a celebrar a passagem do ano.
* * *
Estava-se em plena fúria da “Batalha Naval”, aquele jogo que consta em demarcar em papel q uadriculado uma esquadra hipotética com colunas e linhas alfabetadas e numeradas, com cruzadores, contra-torpedeiros, porta-aviões, submarinos, etc. ...
Na Repartição de Tarquínio jogava-se a batalha naval furiosamente. É claro que era às escondidas e na ausência do chefe. Os parceiros punham as suas esquadras, devidamente desenhadas no papel quadriculado, metidas num processo que estivesse em apreciação, e começavam os tiros de canhão: 4-A; 7-B; 8-D!
O outro respondia, acusando o toque nalgum barco: - Um tiro no navio almirante, ou um submarino ao fundo. Mas se o parceiro não acertava em nada, então respondia prazenteiro: - Tudo no mar! Ou: - Tudo na água!
Era a vez do colega atacar. E lá iam mais três tiros: 5-B; 6-F; 7-H! E aos três tiros de cada vez lá iam destroçando a esquadra um ao outro, até um meter a esquadra do adversário completamente no fundo, ficando o vencedor a maior parte das vezes só com um submarino ou um cano de um barco à tona de água.
Pois na Repartição de Tarquínio até se faziam campeonatos de batalha naval! É evidente que quando o chefe entrava, havia sempre um restolhar de papel, a esconder as esquadras debaixo dos processos, e fazia-se um silêncio absoluto.
Um dia o Tarquínio, ao entrar na Repartição, ainda ouviu o som dos últimos tiros: 3-B; 7-C; 4-H! E seguiu-se um ruído de papéis amachucados que mais parecia o cachoar da água batida pelas granadas...
O Tarquínio não podia deixar passar aquilo. Voltando-se para trás de repente, ainda apanhou um funcionário a esconder a esquadra dentro de um processo. Deitou as mãos aos papéis e perguntou ao funcionário: - O senhor é aspirante ou oficial?! O pobre rapaz era novato, tinha ainda pouco tempo de casa, e muito corado, gaguejando, respondeu que era aspirante. Entretanto Tarquínio mirava atentamente a disposição dos navios. Depois deu meia volta, com ar carrancudo, fixando austeramente o funcionário que tremia como varas verdes e exclamou: - Pois senhor aspirante! Tem muito que aprender! Se o senhor fosse oficial era imperdoável o que fez! Estou farto de dizer que não quero que se jogue a batalha naval na Repartição! É um perigo! Sobretudo quando se joga como o senhor que não utiliza sequer porta-aviões!
Dito isto, o Tarquínio fez por sua vez, uma retirada estratégica.
* * *
O Tarquínio sorria ao relembrar estas coisas mas logo se pôs sério quando recordou o louvor público que teve, proposto pelo seu director-geral. E lembra-se ele bem por que lhe foi concedido o louvor!
Aquilo tinha começado por teimosia. O Costa das Obras Públicas tinha a mania – sim, era mesmo mania – de lhe enviar os contratos de empreitadas de obras, para cabimento de verba e autorização da despesa, sem o competente selo branco a autenticar a assinatura do chefe.
Ele já tinha avisado o Costa uma vez, duas vezes, três vezes.
Até que uma vez ameaçou mesmo pelo telefone: - Se o Costa continuasse a enviar um processo sem o selo em branco, ele devolvia-o e participava superiormente. – Ai sim!, respondeu o Costa. – Pois agora é que passam a ir todos os processos sem o selo em branco e sempre quero ver essas ameaças!
Quando o Tarquínio recebeu o primeiro processo sem o selo em branco cumpriu mesmo a ameaça. Devolveu o processo e participou a falta daquela formalidade que considerava essencial. O Costa tornou a enviar o processo, alegando que não havia disposição legal que obrigasse à aposição do selo em branco. O Tarquínio dizia que sim e entretanto foi ouvido o Serviço do Contencioso e o processo não andava. Tratava-se da adjudicação de uma importante obra e os interessados e o empreiteiro aguardavam ansiosos a resolução do diferendo. Já passavam muitos meses quando o Contencioso deu parecer no sentido de obrigar à aposição do selo em branco, ao abrigo de um Regulamento das Despesas Públicas promulgado por El-Rei D. José, no tempo do Marquês de Pombal, que milagrosamente tinha escapado às revogações...
O Costa das Obras Públicas teve de engolir todos os selos em branco em falta e o Tarquínio foi louvado nos seguintes termos: “...pela coragem demonstrada no cumprimento do seu dever, ao embargar uma obra de reconhecido e indiscutível interesse público porque no respectivo processo se verificava a preterição de uma formalidade essencial reconhecida por um regulamento do tempo do Marquês de Pombal, qual seja a autenticação do documento através de um selo em branco”.
* * *
O Freitas, o outro chefe de repartição, colega do Tarquínio, era um solteirão impenitente. Constava que tinha um “béguin” por uma dactilógrafa que era de uma competência excepcional. Na verdade, a senhora era praticamente a dactilógrafa privativa do Freitas. Fazia mapas com uma tal perfeição que o Freitas comparava-os a autênticas rendas ou a quadros primorosos, não se cansando de gabá-los e admirá-los.
Mas o Freitas foi um dia nomeado para uma importante comissão de serviço no Ultramar. Foi muito cumprimentado pela distinção, teve jantar de homenagem, deram-lhe um lindo relógio de ouro.
O Freitas, se por um lado estava contentíssimo com a nomeação, por outro lado sentia uma enorme tristeza por ter de se afastar. As más línguas diziam que era por se afastar da sua dactilógrafa.
O Freitas solteirão procurou um dia solenemente o seu colega Tarquínio. Ia convidá-lo para seu padrinho de casamento. O Tarquínio aceitou com muito prazer o convite, gracejando por se ter decidido a casar tão tarde e quis saber quem era a noiva. – Oh filho, respondeu o Freitas, é a D. Alzira, a dactilógrafa. Podia lá perder uma dactilógrafa daquelas!
Foi só por esta razão que o Feitas deixou de ser celibatário.
* * *
E quando foi aquele jogo de futebol entre solteiros e casados?
Os funcionários tinham resolvido fazer um jogo entre solteiros e casados, a que se seguia um lauto almoço de confraternização.
Quando chegaram ao campo é que repararam que não tinham pensado no árbitro. Apareceu um sujeito que se dizia semi-profissional e se prontificava a arbitrar o jogo por cinquenta escudos. Fecharam contrato. Mas no decorrer do jogo os componentes do grupo verificaram que o homenzinho não sabia nada de futebol. Apitava por tudo e por nada. Aplicava castigos erradamente para qualquer dos lados, parando o jogo constantemente e provocando protestos dos jogadores e da assistência. A breve trecho marcou uma grande penalidade contra os solteiros que provocou a invasão do campo e um soco no olho do árbitro dado por um celibatário mais excitado. A asneira foi de tal ordem que o capitão dos casados prescindia já de marcar o “penalty” quando os restantes jogadores do seu grupo resolveram expulsar o árbitro, aliás de acordo com os adversários solteiros.
Quer dizer, o árbitro foi expulso do terreno por unanimidade. Puseram o pobre homem aos empurrões fora do campo. Mas precisavam de alguém para o substituir.
Foi então que um jogador lembrou que entre a assistência se encontrava o Tarquínio que em novo tinha sido desportista e que era um furioso do futebol. Acrescia que o Tarquínio dava todas as garantias de imparcialidade, porquanto não era solteiro nem era casado – encontrava-se justamente nessa altura no estado de divorciado.
O jogo estava interrompido havia já um bom bocado, o árbitro tinha recolhido às cabines muito contuso. Lá foram convidar o Tarquínio às bancadas. Muito instado, condescendeu arbitrar o resto do desafio. Arranjaram-lhe um casaco preto de flanela e, à falta de calções, arregaçou as calças até aos joelhos. Mas faltava o apito! No campo não se arranjava um apito em lado nenhum. Até que um assistente emprestou uma chave daquelas que tinham um furo na base, soprando no qual se obtinha um silvo estridente. O Tarquínio lá começou a arbitrar assim, marcando as faltas, agora sim, com muito critério, com aqueles assobios que lhe saíam do fundo da chave. Mas de vez em quando dava umas fífias e os jogadores não ouviam o sinal para interromper as jogadas.
Entretanto o primeiro árbitro já se havia recomposto e pôs-se a assistir ao desafio encostado à vedação do campo numa das cabeceiras. E então assistiu-se a uma cena de um elevado desportivismo. Quando numa das jogadas junto à linha de cabeceira o Tarquínio de chave em punho se encontrava perto do primeiro árbitro, este chamou-o e num nobre gesto cheio de desportivismo emprestou-lhe o apito. Foi uma cena que comoveu todos os que a presenciaram. O Tarquínio acabou por arbitrar o jogo com muito mais brilho e eficiência, fazendo o que se costuma dizer, em linguagem de jornal desportivo, uma excelente arbitragem. Resta dizer que o desafio terminou com honra para ambas as partes com um empate a zero bolas e o Tarquínio foi especialmente distinguido durante o almoço de confraternização durante o qual se decidiu disputar outro jogo de desempate em que se disputaria a “Taça Tarquiniu”. Foi uma gloriosa tarde de desporto que nunca mais saiu da memória de Tarquínio.
* * *
Era um nunca acabar de recordações de figuras e de factos. Tarquínio sentia saudades daquela rotina e apetecia-lhe tomar qualquer iniciativa.
Por esse tempo começara a sofrer de artritismo. Consultou vários médicos, conheceu várias pessoas com a mesma doença, com gota e reumatismo. Os companheiros destes padecimentos começaram a encontrar-se num café à tarde, onde trocavam impressões e diziam das suas experiências no tratamento da doença. Lembraram-se então de fundar a Associação Internacional dos Artríticos. Constituíram uma Comissão Executiva, elaboraram um regulamento e começaram a enviar convites aos artríticos de todo o mundo para um Congresso.
As inscrições choveram às centenas e também chegaram bastantes comunicações sobre o tema do Congresso. Durante muitos dias o Tarquínio e os outros componentes da Comissão Executiva andaram numa azáfama. Até se sentiam melhor dos seus padecimentos. No entanto, já próximo do dia da inauguração do Congresso começaram a chegar muitas desistências. Quase todos alegavam agravamento dos seus padecimentos, inconvenientes para a saúde nas viagens, mesmo de avião, por vezes incómodas, etc., etc. Apenas a Suécia, país por excelência para estas doenças garantia a vinda de uma delegação de artríticos ou gotosos. Mas isso era pouco para um Congresso Internacional. Entretanto chegou a inscrição de um grande reumático russo, um tal Figadiboff. Foi uma alegria para os organizadores porque sempre era mais um estrangeiro.
Estava-se na véspera da organização e além daqueles estrangeiros só havia inscrições de artríticos, gotosos e reumáticos nacionais. Foi então que o Tarquínio teve uma grande ideia. Mandou o secretário aos hotéis convidar todos os velhotes estrangeiros que mais ou menos sofressem de reumático. Assim lá conseguiu a inscrição de mais alguns.
Inaugurado o Congresso, as sessões correram com elevação e, na parte oficial, as recepções foram distintas e os jantares e cocktails foram todos à base de uma dieta rigorosa, como as circunstâncias impunham.
Quanto às excursões, foram todas feitas de automóvel e autocarro, sem ninguém poder sair dos veículos por causa das muletas e das bengalas. Na parte técnica dos trabalhos, tiveram especial relevância as comunicações apresentadas na secção intitulada “Algumas experiências dos grandes artríticos”. Aí o artrítico russo, o Figadiboff, tratou desenvolvidamente do tema do princípio de associação dos doentes para defesa dos interesses dos grandes reumáticos. Fazendo o seu bocado de política e parafraseando um slogan socialista, o delegado russo terminou com um brado: “Artríticos de todo o Mundo, uni-vos!”.
Também um sueco contou da sua experiência de habitante de um país frio. Narrou que se dava muito bem e sentia sensíveis melhoras pela aplicação de compressas geladas, ou melhor, pela aplicação de sacos de borracha com gelo sobre as articulações afectadas. Ao fim de alguns dias de tratamento verificavam-se sensíveis melhoras numa grande percentagem dos casos.
Esta comunicação deu oportunidade a várias intervenções e foi aprovada, por unanimidade, com o voto que se mandassem imprimir dísticos com os seguintes dizeres que também deviam figurar no papel de ofício da futura Associação Internacional dos Artríticos: “Artríticos de todas as terras, congelai-vos!”
O Congresso acabou em glória com uma brilhante sessão solene de encerramento em que foram aprovadas as conclusões por aclamação e a que se seguiu um banquete de rigorosa dieta.
* * *
O Tarquínio, velho burocrata que não se conformava com a situação de reformado, já tem agora com que se entreter, arranjou enfim o seu hobby.
Não querendo aceitar o cargo de Presidente da Associação Internacional dos Artríticos, condescendeu em ser nomeado Secretário-Geral da mesma Associação e anda agora muito empenhado em organizar meticulosamente todos os serviços daquela prestimosa colectividade internacional, segundo as melhores regras da burocracia.
Rejuvenesceu mesmo, melhorou apreciavelmente do artritismo, voltou como ele dizia às suas sete quintas, e anda satisfeitíssimo a organizar os serviços da associação, com muitos registos, sistemas aperfeiçoados de arquivo, muitos ficheiros dos sócios – onomásticos, numéricos e topográficos – muitos regulamentos internos, enfim tudo organizado ao gosto do Tarquínio, o mais burocraticamente possível.
Cícero Galvão
Dezembro de 1967
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